13 novembro 2013

Fotografia de Vestígios - A poética do Vazio



"De Javã Társis dir-se-ia que na infância, caminhava pelos sítios da avó e do tio, um lugar sem qualquer traço urbano. Árvores, animais e imensos campos. É de se esperar que não houvesse muito o que fazer, principalmente quando se pensa em cidades grandes, com as quais estava habituado. Passeava sozinho pelos campos, deparava com paisagens onde o horizonte desaparecia e sentia-se pequeno nessa imensidão doméstica. Apesar de grandioso, aquilo não assustava; antes tranquilizava, e se consumia horas olhando a paisagem em volta. 

Para crianças, tudo é grande: quartos, sala, casas. Em ambientes fechados, os tetos eram inalcançáveis, as dimensões, sempre gigantescas. Ao  rescermos, perdemos essa escala – a poética da imensidão – visão verdadeiramente sublime. 

Desde menino, ele sempre gostara de arquitetura e de paisagem. As linhas, curvas e formas que alicerçavam as  construções e o conjunto dessas construções criavam uma poética tão familiar que lhe proporcionavam comodidade e encantamento. 

Quando começou a estudar fotografia, suas primeiras imagens eram paisagens e para ele tudo era maravilhoso. Entretanto, ao se aprofundar nos estudos, descobriu que nessa carreira é preciso levantar  questões, problematizando todas as instâncias que a fotografia consegue ou não atingir.

 Ao entrar na universidade, encontrou várias referências, o que lhe foi instigando o desenvolvimento deste trabalho. Trazer  algo do passado para tema de um ensaio fotográfico é uma gratificação pessoal. A abrangência da fotografia é enorme e poderosa, pois nela cabe a expressão e a experiência da vida."
-Marco Lucchesi 
(Membro da Academia Brasileira de Letras)





Fotografia de vestígios - A poética do Vazio é um ensaio fotográfico fazendo analogia do texto ‘A 
Poética do Espaço’ do filósofo Gaston Bachelard. As fotos são de espaços internos e 
externos sem a presença de pessoas, apenas os vestígios. 

Todo espaço tem o poder de integração com o pensamento, seja um sonho ou uma 
lembrança. Um espaço pode ser significativo para uma pessoa devido sua experiência de 
vida, um local de trabalho, por exemplo, ou um simples lugar onde ocorreu algo muito 
particular. Nas fotografias o autor tenta registrar a poética desses lugares, detalhando os 
rastros que esse espaço deixou, vestígios que foram deixados, criando um mistério, que se 
resulta em uma poética do vazio. 




"Além de tudo, os pensamentos postos em papel não passam, em geral, de um 
vestígio deixado na areia por um passante: vê-se bem o caminho que ele tomou, mas para 
saber o que ele viu durante o caminho é preciso usar os próprios olhos." 
- Arthur Schopenhauer 





Confira mais o trabalho em: www.facebook.com/javatarsisphotos


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