06 dezembro 2012

Ponto de Vista



“Retirar o objeto do seu invólucro, destruir sua aura, é a característica de uma forma
de percepção cuja capacidade de captar ‘o semelhante no mundo’ é tão aguda, que
graças à reprodução ela consegue captá-lo até no fenômeno único.”
-Walter Benjamin

O tema desse trabalho é uma critica ao excesso da manipulação digital que vem sido utilizada por grande parte dos fotógrafos atuais. Em um tratamento da imagem, a busca de uma fotografia perfeita, esteticamente correta.

A desconstrução da imagem é a essência deste ensaio, a partir de uma simples fotografia eu a recorto em partes, sobrepondo esses recortes na mesma imagem ocasionando um estranhamento, criando outra imagem. Essa criação faz com que a fotografia perde sua aura que nela havia, por mais que os recortes sejam simples, a junção desses recortes cria uma complexidade referindo a critica do processo que é utilizado para a manipulação digital, criação de camadas, recortes, mesclagens, todo esse labirinto para chegar na “fotografia” perfeita, que no qual perde todo o seu contexto inicial.

O posicionamento dos recortes faz com que a imagem perde sua centralidade, o observador não consegue ver a imagem original, só uma parte dela e os recortes. A imagem em si perde seu contexto que logo se transforma em outro, um estranhamento, por mais que há essa transformação, o espectador tenta buscar a originalidade da foto, mas logo se perde, causando o senso do tema do trabalho. Outra parte do trabalho é uma critica da reprodução “infinita” das obras, a multiplicação desses recortes nas imagens, na tentativa de mostrar que reprodução da fotografia tende ao infinito e assim também perde sua essência. Para quem leu o texto. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica de Walter Benjamin pode compreender melhor essa parte, a fotografia de forma que está sendo produzida e reproduzida, assim como um produto fabricado em uma industria de uma multinacional, perde toda sua originalidade, por mais que sabemos de sua existência, ela não se passa de mais um fragmento espalhado entre outros que já foram capturados.

Logo, o ensaio Ponto de Vista tende seguir essa critica na esperança que mais pessoas tendem a apreciar a arte como ela é e não como um mercado de reproduções que nela vem se aplicando.

Trabalho de Javã Társis - Colaborador do Coletivo Marquise 







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