26 setembro 2013

Culturalmente Cultural.

"Esses sentidos estão contidos nas estórias que são contadas sobre a nação, memórias que conectam seu presente com seu passado e imagens que dela são construídas. Como argumentou Benedict Anderson (1983), a identidade nacional é uma “comunidade imaginada”. - Stuart Hall

As imagens no mundo contemporâneo passam despercebidas de várias maneiras, principalmente pelo excesso de produção de baixa qualidade encontrada com frequência em todos os meios.

Em meio aos vários tipos de apropriação, a intenção foi usar a linguagem fotográfica, onde houve uma busca dentro do próprio material fotográfico, afim de dar a ele um novo sentido, uma nova construção em um diferente contexto

Dentre os vários conceitos de identidade, um deles é cultural, que engloba a identidade nacional que consiste, em uma ideia inicial, um fator agregador de valores, costumes, etc. Este conceito de unidade vem de uma construção de nação, com sentidos que buscam a identificação das pessoas, constroem então identidades.

Essa memória do passado tem, como um de seus objetivos, carregar para as gerações futuras certa herança, a história que vai ser perpetuada durante os anos que se sucederão, perpetuando a ideia da busca por um tempo de glória, um tempo perdido.

Nesse contexto de identidade nacional, não importa a cor, credo, classe, gênero, uma cultura nacional vai sempre buscar a unificação dos valores, tentando assim criar uma ideia de nação forte, o lugar onde as diferenças são aceitas, ou simplesmente não existem, a utopia que as nações tentam exprimir.

Apesar de em tese, a ideia de uma sociedade unificadora enquanto nação, seja um tanto otimista, seria mais próximo da realidade pensar, como disse Stuart Hall, “[...] como constituindo um dispositivo discursivo que representa a diferença como unidade ou identidade.” (HALL, 2006, p. 17).

A globalização permitiu, de uma maneira muito rápida, a miscigenação cultural muitas vezes de uma forma desenfreada, fazendo com que as identidades nacionais acabem se desintegrando, ou seja, há uma crise generalizada onde se perde a individualidade, dando lugar a um hibridismo, uma mistura de várias culturas e conceitos.

Essa mistura gera o fator decompositor em grande parte da sociedade, mas também tem seu lado agregador, devido ao fato de resistências a essas a essa forma desenfreada de difusão de valores e conceitos através da globalização. Unificando certos grupos em um mesmo ideal nacionalista, buscando preservar valores que se consideram próprios de uma nação. Uma luta um tanto quanto difícil se formos analisar os avanços tecnológicos e as facilidades que temos a nossa disposição, com relação à difusão de conhecimentos e informação em geral.

Cada vez mais os países tentam preservar sua cultura, o que se torna uma tarefa cada vez mais complicada em meio a essa crescente globalização e ao fácil acesso a informação. A tentativa de unificação da identidade cultural, busca no passado a chave para tentar ser o que um dia foi, voltar aos tempos de glória da nação, onde um ideal movia a todos, o que hoje em dia parece um tanto quanto utópico.