Sim, já que ontem falamos de publicidade, hoje mais uma referência boa deste "mundo cão publicitário", David LaChapelle, as obras deste mocinho são tantas e tão boas que vamos nos conter no ensaio "Jesus is My Homeboy", de 2003. Fico na dúvida se o trabalho dele é publicitário mesmo, talvez ele seja produzido para este fim (revistas de moda, etc), mas acaba sempre indo para alguma galeria, com uma fotografia extremamente dirigida/construída e inspirada na moda, carrega em seu conceito denso e político, belas e saturadas imagens. 

Em entrevista, quando fala sobre esse ensaio especifico, ele afirma que ele faz uma relação de Jesus Cristo e os marginalizados, e que possivelmente se ele estivesse aqui hoje, andaria junto aos pobres, prostitutas (todo mundo aí deve lembrar das aulas de religião o caso Maria Madalena, né?), mendigos ou sem abrigo. 

Pasmem, é uma das melhores imagens da Santa Ceia já vista (não me xinguem).

Não é muito segredo que nós não somos lá muito amigos da fotografia publicitária, mas hoje é dela que vamos falar, a partir de um dos trabalhos mais geniais existentes na história da fotografia publicitária, as campanhas de Oliviero Toscani, guardem esse nome. 

Possivelmente muita gente já viu alguma propaganda feita por ele, era responsável pelas campanhas da Benneton, mas o que tem de genialidade em fotos de calça jeans? 

É isso! Ou melhor, não é isso. Toscani com um punhado de reconhecimento vendeu conceito, e não necessariamente o produto, por vezes fez seu (ou da Benneton) de responsabilidade social, vendeu a ideia de que igualdade racial, igualdade por gênero, levantou bandeiras GLBT's, prevenção de HIV, anorexia e exagero em cirurgias estéticas, respeito as religiões, contra o comércio de peles de animais,  etc. 

A favor da paz, igualdade e muito, mas muito bom senso fez histórias, e de mito em mito escreveu o livro "A publicidade é um cadáver que nos sorrí", leitura obrigatória e de fácil acesso, para qualquer amante de fotografia, o papai Google ajuda. 

Quem me conhece, sabe, eu tenho o habito de apelidar as minhas referencias para poder lembrar delas, mas juro que são apelidos afetuosos, o Richard Mosse tema deste ensaio, apelidei carinhosamente de Cláudia Andujar de guerrilhas afro. Tudo isso para lembrar da linguagem e do conceito, Infra, é um trabalho que se passa no leste do Congo onde ocorre uma guerra silenciosa que já teve mais de 5 mil mortos desde 1998, o fotografo utiliza um filme Kodak infra 16 mm, utilizado para fins militares, que muda o tom verde para magenta, conseguindo assim, metaforicamente falar deste sangue derramado em belas paisagens. 

Vai me dizer que não lembra o trabalho da Andujar, que esteve na galeria vermelho?